- O que você quer, detetive? – Miguel tremeu ao pensar que seu disfarce pudesse estar comprometido. – Será que meu superior não te deu o recado?
- Calma, agente, eu estou no meu horário de folga. – Mostrou as duas garrafas de cerveja que havia trazido. - Só quis dar uma passada para me desculpar da melhor forma que conheço.
O caçador pegou uma das garrafas. Pareciam séculos desde a última "geladinha" que tomara. – Só não fale disso para o doutor e suas desculpas estão aceitas.
- Bom. – Sorriu. – Agentes da lei deveriam trabalhar juntos e não ficar acusando uns aos outros. – Bateram papo sobre sua saúde e quando as cervejas acabaram ele o desejou melhoras. – Deixa eu levar isso. – Carregou as duas garrafas entre os dedos. – Se o Rick descobrir que trouxe cerveja para você ele me mata.
***
Finalmente havia saído do hospital e voltado para o hotel. Já estava muito atrasado em sua caçada e teria que correr muito para voltar ao páreo. Subiu as escadas carregando alguns pontos e cicatrizes novas, além de muitos comprimidos para dor.
Abriu a porta do quarto, e apesar de estar numa completa escuridão percebeu que havia alguém ali. Acendeu as luzes e se deparou com um homem de feições sérias e cabelos grisalhos. De estatura mediana, ele vestia um fino terno e roupas sociais feitas sob medida, todo de preto, com sapatos bem engraxados. Tinha as duas mãos apoiadas em uma bengala preta com pequenos detalhes prateados e com a cabeça de um bode prateado esculpido na ponta.